Ensino Híbrido no curso de Medicina funciona?
Ao contrário do que muitos pensam, o conceito de ensino híbrido começou a ser explorado antes mesmo do surgimento da pandemia.
Porém, foi nesse período que instituições educacionais e professores tiveram de se reinventar como podiam para lidar com as limitações do distanciamento social.
Inicialmente, o ensino remoto foi adotado como uma medida emergencial e, sem o devido planejamento, em pouco tempo se mostrou praticamente insustentável.
Conforme a situação se atenuou, o ensino híbrido passou a ser adotado, ganhando mais visibilidade e tornando-se uma importante solução para dar continuidade ao ensino com segurança e eficiência.
Após a pandemia, muitas instituições perceberam os benefícios desse modelo de ensino e decidiram adotá-lo mesmo com o retorno das aulas presenciais.
Neste artigo, vamos explicar o que é o ensino híbrido, sua eficácia para o aprendizado dos alunos de Medicina e qual a importância da tecnologia nessa abordagem.
O que é o ensino híbrido?
Ao contrário do ensino presencial e do ensino remoto, nesse modelo, os alunos podem participar de aulas tanto em ambientes físicos quanto em ambientes virtuais.
Essa é uma abordagem educacional que combina elementos do ensino presencial com recursos e atividades realizadas online.
Ou seja, no ensino híbrido, o aluno se beneficia tanto do ambiente de trocas da sala de aula tradicional quanto da flexibilidade e adaptabilidade da internet.
Normalmente esse modelo envolve aulas, atividades e recursos presenciais e virtuais: aulas expositivas, conteúdos multimídia, debates e aulas de reforço online, projetos colaborativos, entre outros.
Nesse cenário, o professor tem o papel fundamental de fazer uma boa gestão do ensino, integrando os diferentes tipos de atividades de forma complementar e eficiente.
Ele é o responsável por aplicar as melhores estratégias e recursos metodológicos e utilizar tecnologias educacionais para enriquecer a experiência de aprendizagem.
Essa integração de métodos potencializa o aprendizado dos alunos, que alcançam maiores níveis de engajamento e, consequentemente, apresentam um melhor desempenho acadêmico.
Isso porque, com a abordagem flexível e interativa do ensino híbrido, o aluno consegue se envolver mais ativamente com o conteúdo e as atividades propostas.
Além disso, esse modelo proporciona processos de aprendizagem mais personalizados, já que o aluno pode adaptar o ritmo e o tipo de conteúdo de acordo com suas próprias subjetividades.
O ensino híbrido nada mais é que a combinação dos pontos mais fortes do ensino remoto e do presencial.
Quais benefícios o ensino híbrido pode trazer ao curso de Medicina?
Muitos alunos, professores e até mesmo instituições de ensino têm uma ideia limitante sobre a aplicação do ensino híbrido para o curso de Medicina.
Mas, claro, o temor só se aplica quando pensamos em metodologias e modelos de ensino ultrapassados…
Aulas que parecem palestras, didáticas que não incitam a curiosidade e o debate, e laboratórios cuja manutenção exige custos tão altos que inviabilizam investimentos em corpo docente.
A verdade é que são inúmeros os benefícios do ensino híbrido para o curso de Medicina, tanto para os alunos quanto para os professores e as instituições de ensino.
Uma das maiores vantagens do ensino híbrido é a flexibilidade que o aluno tem para acessar os materiais de estudo de qualquer lugar e a qualquer momento.
Além de possibilitar a organização personalizada de seus horários, isso permite que ele crie seus próprios métodos de estudo, com os formatos de conteúdo e atividades mais adequados a ele.
Com a extensa carga horária do curso de Medicina, é imprescindível que o aluno tenha liberdade para estudar com o máximo de eficiência e conforto possível.
Hoje em dia, existem plataformas de ensino, como o BioAtlas e o AthenaHub, que possibilitam a aplicação de disciplinas como Citologia, Histologia e Anatomia além do ensino presencial.
Nelas, encontramos conteúdos interativos e recursos visuais, como modelos anatômicos 3D e simulações médicas, que viabilizam o ensino híbrido no curso de Medicina.
Essa exposição à tecnologia desde o início da graduação prepara o aluno para a realidade da medicina atual, que se torna cada vez mais moderna.
Inclusive, ferramentas como essas geram mais uma vantagem: a diminuição de custos com materiais laboratoriais e toda a sua manutenção.
Além de, indiretamente, possibilitar o redirecionamento dessa verba para investimentos em estrutura, tecnologia e, principalmente, capacitação de docentes para uma implementação eficiente do ensino híbrido.
Como o ensino híbrido pode ser implementado na educação médica?
Cada vez mais instituições de ensino estão adotando o modelo híbrido, não apenas no curso de Medicina, como também no de outras áreas da saúde.
Como mencionamos, são diversos os benefícios gerados a partir da sua implementação…
Com o ensino híbrido é possível alcançar melhores desempenhos acadêmicos para os alunos, cortes de custos para as IESs e investimentos direcionados aos professores.
Mas para que sua implementação seja bem sucedida, é essencial que a instituição de ensino superior possua clareza sobre seus objetivos e as estratégias para alcançá-los.
Um dos primeiros pontos a serem avaliados se trata do nível de aplicação do modelo, que pode ser realizado em toda a grade curricular ou apenas em algumas disciplinas.
Em seguida, é importante selecionar as plataformas e os recursos tecnológicos que melhor se adequam ao contexto da educação médica e aos objetivos da sua IES.
Além disso, é fundamental oferecer capacitação e treinamento para os professores, tanto em termos técnicos quanto metodológicos.
Isso é essencial para que eles possam utilizar as ferramentas tecnológicas com eficácia, além de desenvolver estratégias de ensino que promovam a participação ativa dos alunos.
Por isso, didáticas mais modernas, como as metodologias ativas de ensino, são ótimas aliadas para a implementação do ensino híbrido.
A sala de aula invertida é um exemplo muito utilizado nessa estratégia educacional.
Nela, os alunos acessam o conteúdo teórico virtualmente e dedicam o tempo em sala a atividades práticas, para aplicação do conhecimento.
Desafios que o ensino híbrido pode trazer para instituição de ensino
Por representar um período de mudanças, mesmo com todos os benefícios, a adoção do ensino híbrido pode gerar alguns desafios.
A adaptação dos docentes e alunos a essa nova abordagem pode ser inicialmente difícil, mas com o tempo e a capacitação adequada, esses desafios tendem a ser superados.
Os recursos tecnológicos e a capacitação dos professores são os pontos em evidência, já que podem exigir gastos iniciais.
Por isso, é importante percebê-los como investimentos a longo prazo, já que serão revertidos em maior qualidade de ensino e, consequentemente, mais visibilidade no mercado educacional.
Além disso, é fundamental manter um canal de comunicação constante com alunos e professores, adaptando as estratégias conforme seus feedbacks e as mudanças nas necessidades educacionais.
Com flexibilidade, engajamento e uso de metodologias ativas, o ensino híbrido é capaz de preparar os alunos para a prática médica.
Embora desafios possam surgir, a parceria com empresas do setor e a comunidade acadêmica é fundamental para o sucesso do ensino híbrido, que tem revolucionado a educação médica.