Metaverso: o que é e como ele pode auxiliar o ensino da saúde?
No final de 2021, não se falava em outra coisa na internet.
O metaverso era o assunto do momento.
Na época, Mark Zuckerberg, presidente do até então Facebook, popularizou o termo ao anunciar o novo nome da empresa, que passava a ser Meta.
Essa mudança decorreu do reposicionamento da marca: a partir daquele momento, a Meta teria como foco o desenvolvimento de seu próprio metaverso e outras tecnologias imersivas.
De lá para cá, o tema foi, pouco a pouco, perdendo destaque nas pautas populares.
Segundo uma pesquisa da consultoria Accenture, metade dos consumidores brasileiros sequer conheciam a palavra “metaverso” um ano após o anúncio de Zuckerberg.
Por outro lado, nas áreas especializadas, o assunto não só segue ganhando destaque como tem se tornado, cada vez mais, uma tendência.
Seja na indústria, na saúde ou na educação, o metaverso segue sendo explorado no mercado, ainda que nem todos compreendam com clareza todas as suas aplicabilidades.
Nesse artigo, você vai entender o que é o Metaverso e de quais formas ele pode ser um poderoso aliado na educação, desde o ensino básico ao superior.
O que é o Metaverso?
Esse termo foi usado pela primeira vez há mais de trinta anos, no romance de ficção-científica de Neal Stephenson, Snow Crash, publicado em 1992.
No livro, o Metaverso é um ambiente virtual compartilhado, onde os personagens podem interagir e se comunicar em um espaço tridimensional usando avatares.
Nessa rede global de realidade virtual, as pessoas podem viver vidas alternativas, socializando e fazendo parte de diversos tipos de atividades.
O livro explora a ideia de uma sociedade que opera tanto no mundo real quanto no Metaverso, estabelecendo paralelos e interações entre esses dois mundos.
Parece bem familiar, não é?
Isso porque foi a partir de Snow Crash que o conceito de Metaverso ganhou notoriedade e despertou o interesse da comunidade científica e tecnológica.
Desde então, o termo tem sido amplamente usado para descrever a visão de um espaço virtual e imersivo tal qual o descrito na obra de Stephenson.
Ou seja, um ambiente virtual, tridimensional, imersivo e interativo, onde os usuários podem interagir com o espaço e entre si, por meio de avatares digitais.
Basicamente, o Metaverso desenvolvido pela Meta: um espaço online que combina o mundo virtual com elementos do mundo real.
A grande vantagem dessa tecnologia é que, ao unir o virtual ao real, o usuário consegue ultrapassar barreiras naturais que, num mundo simulado, não existem.
Quais são os desafios para quem vai utilizar o Metaverso no ensino?
Embora o Metaverso apresente inúmeras oportunidades para melhorar a educação, ele também traz alguns desafios para aqueles que desejam utilizá-lo com esse propósito.
Primeiramente, a adaptação tecnológica pode ser uma barreira para algumas instituições, pois requer investimentos em infraestrutura e equipamentos.
Atualmente, o Metaverso pode ser acessado com um computador ou smartphone, mas sua experiência só é completa com o uso de dispositivos especializados, como os óculos de VR.
Além disso, o ambiente educacional tradicional, projetado para aulas expositivas, não é o local ideal para aplicar o Metaverso no ensino com o máximo de eficácia…
Essa é uma questão referente tanto à organização dos espaços, que é solucionada mais facilmente, quanto à qualidade das instalações de internet e eletricidade nas salas de aula.
Por isso, a instituição de ensino deve proporcionar uma infraestrutura adequada para suportar a demanda de conexão e processamento dos dispositivos utilizados pelos alunos.
Mas, na era da educação digital, um dos maiores desafios ao aplicar o Metaverso no ensino diz respeito ao uso consciente e estratégico da tecnologia.
Assim como o uso do celular em sala de aula, a instituição deve estabelecer diretrizes sobre sua implementação no ensino, além de investir na capacitação dos seus professores.
Ou seja, é fundamental garantir que o conteúdo e a metodologia educacional sejam de alta qualidade e estejam alinhados aos objetivos de aprendizagem.
Antes de qualquer mudança, a instituição de ensino deve ter um plano de integração com treinamentos para seu corpo docente, tanto sobre questões técnicas quanto metodológicas.
Abordagens mais modernas, como as metodologias ativas de aprendizagem, por exemplo, são especialmente indicadas para integrar a tecnologia ao ensino com mais eficiência.
Como o Metaverso pode auxiliar a educação médica?
A tecnologia na educação médica tem se tornado cada vez mais um padrão e, hoje em dia, poucos recursos têm a capacidade de revolucioná-la tanto quanto a realidade virtual.
Uma das suas principais vantagens é a possibilidade de simular procedimentos médicos e cirúrgicos complexos em um ambiente virtual seguro e controlado.
Isso permite que estudantes e profissionais de saúde pratiquem repetidamente, aperfeiçoando suas habilidades sem riscos para pacientes reais.
Com o Metaverso também é possível promover a colaboração entre estudantes e docentes em um ambiente virtual compartilhado, facilitando a troca de conhecimento e experiências.
Apesar de isso ser possível por meio de salas de reunião em plataformas integradas de ensino, com essa tecnologia, a interação se torna mais próxima da real.
Isso contribui para que o aluno se sinta realmente presente e confortável para interagir, rompendo com barreiras de timidez ou até mesmo de engajamento.
Além disso, os alunos podem explorar o corpo humano em detalhes, visualizando órgãos e sistemas em 3D, contribuindo para que o conhecimento seja melhor absorvido.
Hoje em dia, é possível ter acesso a esse tipo de recurso interativo, mesmo sem o Metaverso, por meio de ferramentas de ensino como o BioAtlas, por exemplo.
Tecnologias como essas oferecem oportunidades de aprendizagem mais dinâmicas e imersivas.
Ao simular cenários reais de forma segura e interativa, o Metaverso contribui para formar profissionais mais qualificados e preparados para os desafios da área da saúde.
O Metaverso é uma realidade nas salas de aula?
O Metaverso representa uma nova fronteira para as instituições de ensino…
Embora ainda esteja em desenvolvimento e nem todas as instituições tenham adotado esse recurso, seu potencial educacional é inegável.
A tendência é que, com o avanço da tecnologia e a crescente conscientização sobre seus benefícios, o Metaverso se torne uma realidade cada vez mais presente nas salas de aula.
Seja no ensino básico ou superior, na educação médica ou na própria área da saúde, essa e outras ferramentas de realidade virtual se tornarão cada vez mais comuns.
Por isso, é essencial que as IESs estejam atentas ao Metaverso e se mantenham abertas à possibilidade de integrá-lo como uma ferramenta de ensino.
Tecnologias interativas já são uma realidade na educação médica e, em breve, o Metaverso também será.